Incêndio atinge o Hospital Federal de Bonsucesso (Hospital não tinha PPCI)
- mdjprojetosprevenc
- 28 de out. de 2020
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O incêndio atingiu o Prédio 1 do Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, por volta das 9h40 desta terça-feira (27). Duas pessoas morreram: uma mulher de 42 anos, internada com Covid-19, e outra de 83 anos, que também tinha a doença e estava em estado grave. Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas foram controladas às 11h30, mas equipes seguiram trabalhando no rescaldo. Por volta das 12h50, ainda saía fumaça preta das instalações. De acordo com o comandante-geral da corporação, Leandro Monteiro, o hospital não possui certificação do Corpo de Bombeiro (PPCI). Porta-voz da corporação, Lauro Botto afirmou que o Prédio 1"estava todo comprometido com chamas e fumaça". A causa do incêndio ainda é desconhecida.
O Hospital Federal de Bonsucesso chegou a ser anunciado como unidade federal de referência no tratamento de pacientes com Covid-19 na cidade. Um relatório da Defensoria Pública da União (DPU) do ano passado alertava para problemas na estrutura de combate a incêndios na unidade. O relatório foi enviado para o Ministério da Saúde para eventuais providências. As causas do incêndio desta terça estão sendo analisadas e não se sabe se as chamas possuem alguma relação com os problemas apresentados pelo documento. O relatório apontava hidrantes desativados, com mangueiras danificadas e sem qualificação para uso. O documento apontava também um alto risco de explosão e inoperância do sistema elétrico. Ainda segundo o documento, durante a vistoria, o transformador da subestação principal registrou um superaquecimento a 148,6ºC, indicando um alto risco de explosão e inoperância do equipamento e risco para a vida dos operadores. Outro transformador também registrou temperatura de 128,6ºC. Também foram encontrados geradores que não atendiam as normas e que ofereciam risco de incêndio. Vários equipamentos foram apontados pelos especialistas como obsoletos e oferecendo risco de curto-circuito e ameaçando a vida dos operadores. Segundo Leandro Monteiro, o hospital tem duas notificações e dois autos de infração e não tem certificado de aprovação dos bombeiros.
"O hospital sofreu duas notificações, depois o procedimento e dois autos de infração. E agora estamos em um processo de interdição. Estamos trabalhando em conjunto para que esse processo não seja finalizado. É humanamente impossível interditar um hospital com 400 leitos", disse Monteiro.
Fonte: G1
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